sexta-feira, 25 de novembro de 2011

- Por que me evita tanto?
- Porque eu já tenho um relacionamento fixo – ela disse apontando pra o anel em seu dedo.
- Eu sei disso, você nunca tira esse anel do seu dedo. Mas você pode muito bem em ficar só comigo, ser minha apenas.
- Ei, eu e você somos tão iguais, logo estaremos entediados, cansados um do outro, presos em um relacionamento medíocre, lembrando de momentos como esse que estamos tendo agora.
- Não vamos. Eu juro, nada vai se transformar em obsoleto, enquanto houver amor nós vamos fazer perdurar.
- Chega disso! Eu e você temos um lance carnal, não há sentimento de paixão devastadora ou de amor ardente, é uma atração física e só!
- Mas… Eu te amo.
- Não é amor, é desejo, é química, é pele. É um fogo que antes adormecido e agora encontrou uma maneira de escapar.
- Não me rejeite, nunca rejeite o amor de ninguém. Você nega agora, mas vai chegar o dia em que você vai sentir uma saudade incessante, sentir todo o amor que rejeita de mim. Vai me buscar pelos cantos, vai chorar, vai sentir culpa e quando finalmente me encontrar, vai desabar em mim, vai dizer três palavras jamais saídas da tua boca carnuda. E eu vou te lembrar dessa noite. A noite que em que fui embora e te disse “adeus”, e você não fez nada para me impedir de sumir nas sombras da noite fria de setembro.
Deu um beijo nos lábios dela e foi embora sem hesitar, desaparecendo na escuridão, nem ao menos olhou para trás. E a figura dela, atônita, caiu em estado de espera. À espera dele um dia voltar.

Letícia Durães

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