sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Peguei minha caneca de chá, me sentei na poltrona do quarto que fica virada para a janela. Lá fora há poucos carros passando pela rua quase deserta, a chuva parece cessar agora. Olho para a minha cama, está vazia, vazia assim como eu. Uma lágrima involuntária escapa de meus olhos. Deus! Daria tudo para poder dormir, por um minuto que seja, queria poder sonhar com você, poder sentir teu toque, teu cheiro. Te sentir novamente… como te sentia quando em vida. Chorei, por noites e noites, morri com você, tudo se tornou preto e branco – triste porque adorávamos o preto e branco e hoje isso me castiga. Queria ao menos uns minutos de paz, fechar os olhos e dormir já não contam, eu me lembro de coisas que não deveria nem saber. Eu tentei, tenha certeza, continuar e sobreviver, mas sinto que algo me puxa para a escuridão, algo que quer sugar o meu eu. Que farei? Até agora fracassei.

— Letícia Durães

Nenhum comentário:

Postar um comentário