sexta-feira, 25 de novembro de 2011

A casa estava velha e suja, a cada passo que dava o piso de madeira do chão rangia. É estranho estar aqui mais uma vez, nunca pensei que voltaria a ficar sob este teto de novo, chega a ser incômodo entrar aqui dentro, acho que estou perdendo os sentidos, o ar está pesado.
- Você está bem, Deborah?
- Claro que não! Olhe só para isso, veja como o tempo passa e leva junto parte de nós.
- Ah, meu bem. Isso acontece quando não fincamos raízes, quando deixamos. Não fique assim, você mesma disse esse lugar lhe traz lembranças ruins. Bom mesmo seria esquecê-las.
Assim disse meu noivo me puxando pelo braço para fora da casa quando eu iria replicar, mas desisti, ele não entenderia. Mesmo ruins as lembranças fazem parte de quem eu sou, não devo nunca me desfazer delas.

— Letícia Durães

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