sexta-feira, 25 de novembro de 2011


26 de setembro de 2011.

Meu anjo,
Estou cansada. Penso seriamente em desistir, em trair minha alma, em ir embora e abandonar a dor com meu corpo. Vagar por aí, sem saber para onde… já me faz mal, o reflexo fútil no espelho me faz chorar, me sinto morrer lentamente. Meu corpo e minha alma estão dilacerados, irreparáveis, confusos. Ah, me anjo, estou desnorteada, descontrolada… sabes bem do meu estado mental. Há momentos em que sinto meu corpo sem alma, outros dias uma alma sem corpo. Sinto muito, sinto por não ter mais forças para lutar contra as dores, sinto por ter falhado e o decepcionado, sinto por não ter sido o suficiente, sinto por ter feito meu próprio corpo sangrar. Será que minha consciência revoltou-se e foi embora sem nem ao menos pensar em como eu ficaria? Oh, anjo meu, quantas vezes olhei para o céu e pedi forças ao Pai e me ajoelhei no chão chorando e orando. Já lhe disse que estou cansada e que pensando em desistir? Mas… e se vier o arrependimento e a dor permanecer, sendo tarde demais para voltar ao início? Eu sei que virá, então eu vou tentar por mais um dia. Juro que não me farei sofrer, vou superar o dor com o tempo, não com o sangue que me escorre das veias. Fica comigo, anjo? Me dê forças para acordar pelas manhãs, me de coragem de seguir com o dia a te o fim, me perdoe pelas burradas que cometi, me de o amor que nunca recebi. Hoje eu choro, hoje eu morro, mas amanhã quiçá eu consiga viver…

— De um espírito quase desistente

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