sexta-feira, 25 de novembro de 2011

E em toda a sua complexidade, eu encontrei. Descobri, dentro de uma delicada caixinha com laços de cetim negro e vermelho, um amontoado de sentimentos. Tão bem protegidos, tão mal compreendidos. Ah, minha meiga senhorita. Eu os peguei, pensando em dar todos os meus em troca. Prometi a mim mesmo que cuidaria de tamanha sensibilidade. Mas é uma pena. Carrego agora, nesse peito magoado, um grande remorso. Perdoe minhas descuidadas mães de ferro. Tomei posse de algo tão ingênuo quanto doce e tornei-o frio, calculista e rancoroso. Privei-a do conforto do amor, deixei os sentimentos daquela frágil caixinha que abri, sem ao menos ter a chave, temerosos. Nem minhas canções poderão mais alcançar as profundezas do teu peito. Atire-me suas palavras, bote para fora toda a sua indignação, chore tua decepção. Tão ingênuos, tão desconhecidos, tão incapazes.

Letícia Durães

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