A ponte se levantou, adeus outro lado. Corro para vê-lo, grito para chamá-lo e o vento engole o grito, os cabelos chicoteiam o rosto, desisti. Volto para casa em passo pesados e cabelo ensopado, marcas vermelhas marcando minha pele nua, a caminho do banho vejo fantasmas dançando para mim e me chamam para si, fumaça de cigarro, músicas que acabaram tudo sobrevive aqui – ou dentro de mim? – menos ele, talvez nem eu mesma… sim?
A água fria escorre de mim, meu corpo arde feridas se mostram enfim, o pó as cobrem mas a água as acolhem. Aqui e ali, foram a duas noites, este foi ontem, o último – queria eu que beijos arrependidos curassem. O amor machuca mais em mim, e não me importo, pois só ele consegue me fazer ser assim como esse sentimento de… (não sei). Há sete outubros eu quis assim, sete outubros e quis a mim.
Outubro. Nunca mais em minha cama, não mais em mim.
― Letícia Durães para outubros
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